claudemir pereira

As decisões que esperam Pozzobom e Salerno. E a tranquilidade de Ruivo

Pelo menos dois prefeitos e um ex-prefeito se apresentam como potenciais candidatos da região em 2022. Os de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), e de Restinga Sêca, Paulinho Salerno (MDB), colocam-se ou são assim dispostos por seus confrades como postulantes a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Já o ex-comandante do Executivo de Santiago, Júlio Ruivo (PP), atual presidente do IPE Saúde, põe-se como concorrente a uma vaga na Assembleia Legislativa. É a segunda tentativa. Em 2018 teve bom, mas insuficiente, desempenho: 27.695 votos.

A questão toda está no tempo e na circunstância. Algo que afeta o pepista de forma bem diferente da que se apresenta ao emedebista e ao tucano. Ruivo tem até meados de junho para se afastar da função pública que ocupa. Renunciará a um cargo para o qual, em tese, só teria mandato (a depender do governador), no máximo até o final de 2022. Isso sem falar que seu candidato a governador, Luis Carlos Heinze, estará na oposição.

Já Pozzobom e Salerno enfrentam situação bastante diferente e, por certo, mais delicada, do ponto de vista político. Mesmo com o discurso do tucano, em declarações ao Diário e à CDN, em momentos distintos, de ser soldado do partido, cumpre missões, etc e etc, o fato é que terá não apenas que licenciar-se, mas renunciar ao mandato para o qual foi ungido há um ano. Terá se afastado com dois anos e meio de trabalho a cumprir. E não voltará, eleito ou não.

Jorge Pozzobom foi eleito por 71.927 (57,29% dos votos) santa-marienses no segundo turno do pleito de 2022. E terá que explicar a eles porque deixará o governo para seu vice, Rodrigo Decimo, (por enquanto) do PSL, para concorrer a uma incerta vaga de deputado federal.

Enquanto isso, na vizinha Restinga Sêca, é exatamente a mesma a preocupação de Paulinho Salerno. Ele próprio disse ao colunista estar em dúvida se aceita ou não o desafio que lhe tem sido posto por correligionários da região e até d'alhures. O fato é que, ninguém duvida, pesarão na decisão as explicações que talvez seja chamado a dar a pelo menos 76,95% do eleitorado restinguense. Foram 7.216 conterrâneos que votaram nele e em seu parceiro, também emedebista, Vilmar João Foletto, a quem caberia cumprir o restante período de mandato, coisa de dois anos e nove meses.

Sim, tanto Pozzobom quanto Salerno terão de tomar sua decisão ali na esquina. Até o final de março. E depois... bem, depois, se toparem o desafio, a sorte estará lançada. E ponto.

DEM no PL mesmo sem Jair e o comando da Câmara

LIBERAIS - Depois da saída de Miguel Passini da presidência, o PL tem como comandante o até então tesoureiro Flamarion Pagliarini, que declarou a este colunista ter recebido para tanto o apoio do deputado federal e presidente estadual, Giovani Cherini.

Bueno, o fato é que, na sequência, um punhado de integrantes das fileiras do DEM ingressará na sigla, ainda que não todos ao mesmo tempo, conforme confirmou a este escriba o atual vereador Manoel Badke. Ele e a quase totalidade dos atuais quadros miúdos e graúdos da agremiação irão ao PL.

E isso noves fora o imbróglio da entrada ou não de Jair Bolsonaro. Quer dizer: em acordo com o mesmo Cherini, em reunião recente, com a presença de Onyx Lorenzoni (pré-candidato ao Piratini) e Rodrigo Lorenzoni, atual presidente do DEM, todos se decidiram pelo alistamento ao PL no Rio Grande inteiro.

Resumo da ópera: quem passará a comandar os liberais locais? Não demora e se saberá.

CÂMARA - No Legislativo, como recomenda a história, sempre é bom ser prudente, quando o assunto é a renovação da Mesa Diretora. No entanto, de meia dúzia de anos para cá, o quadro tem se tornado previsível mais cedo.

Assim, faltando 40 dias para o pleito que renovará a direção da Casa, é cada vez mais consistente a ideia de que o comando mudará de lado. Não obstante os esforços de parte (não todo) do grupo atualmente no poder, começa a ganhar contornos de irreversibilidade a vitória de Valdir Oliveira (foto), do PT, com o apoio do Republicanos, do PSDB e de dois até ontem integrantes do chamado "Pacto". No caso, Luci Duartes (PDT) e Adelar Vargas (MDB).

O cenário após prévia tucana, com vitória ou derrota de Leite

Perto de 45 mil filiados ao PSDB, é a expectativa, devem participar neste domingo, 21, da prévia destinada a escolher o candidato do partido à presidência da República. Entre os pretendentes, junto com o governador paulista João Dória e o ex-prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto, está o comandante do Palácio Piratini, Eduardo Leite.

Imagina-se que, entre os favoritos, Dória ou Leite, o vencedor será confirmado sem um eventual segundo turno. E aí é que entra a repercussão no Rio Grande do Sul, dependendo do desempenho do governador gaúcho na disputa interna tucana.

O que acontecerá no dia seguinte? Aqui, as principais especulações no interior do tucanato e também entre os potenciais aliados (ou adversários) no Rio Grande.

(a) No caso de vitória de Leite, pode se fortalecer tanto a candidatura de Ranolfo Vieira Jr. ao Piratini, com a possibilidade de chamar aliados, quanto de uma união com o MDB - se este se alinhar também à candidatura nacional em torno do governador gaúcho na tal terceira via em construção.

(b) Havendo a derrota de Leite entre os tucanos nacionais, a ele caberia concluir o mandato e não concorrer à reeleição, mudar de ideia e partir para uma nova tentativa (algo que já disse que não fará) ou concorrer à única vaga ao Senado, numa eleição que tem tudo para ser emocionante, em função do balaio de graúdos que se prepara para a disputa.

Concluindo. Qualquer que seja o resultado da prévia tucana, haverá inevitável repercussão no território gaúcho. Qual? Isso só se saberá a partir da segunda-feira. Melhor aguardar, antes de queimar a mufa.

LUNETA

PP "AMPLO"

Material enviado pela Juventude do PP dá conta do ato político previsto para a manhã deste sábado, no Florata. No caso, ciclo de debates "Pra Fazer Acontecer", em torno do pré-candidato a governador Luis Carlos Heinze. Detalhe: ainda que se refira ao evento como "apartidário", o texto só cita um(a) dos quatro vereadores do partido aqui e dois deputados, um estadual e outro federal, nenhum da região.

QUARTETO

Na reunião do diretório do Progressistas, na noite de quarta-feira, quatro filiados santa-marienses se apresentaram como pré-candidatos a deputado. Segundo Mauro Bakof, presidente do PP, em novo encontro, ainda sem data definida, será batido o martelo. Isto é, se definirá quais e quantos deles serão chancelados e terão apoio oficial da agremiação, na boca do monte, para a corrida eleitoral de 2022.

OS QUATRO

Dos nomes que se apresentaram no PP, apenas um quer ser deputado federal. No caso, o suplente de vereador Zaloar Soares. Os outros listados se apresentam para concorrer à Assembleia. São eles: o atual presidente da Câmara, João Ricardo Vargas, o integrante do PP Afro, Milton Caetano, e o membro da Juventude, Arthur Raskopf. Havia quem imaginasse que Roberta Leitão também se inscreveria. Isso não ocorreu.

ONYX AQUI

Militantes do agônico DEM aguardam para dia 25 a presença por aqui do deputado federal e ministro do Trabalho Onyx Lorenzoni. Junto com o pré-candidato ao Palácio Piratini viria o filho dele, Rodrigo, que preside o partido no Estado. É nesse dia, muito provavelmente, que deverá ser confirmada oficialmente a ida de todos para o PL, a começar pelo único vereador da sigla, Manoel Badke.

PARA FECHAR

Um dos indicadores apontados para praticamente garantir a definição antecipada da mudança de rumos no pleito interno dos vereadores para a Câmara teria acontecido há cerca de 10 dias. Então, acabou desfalcada de dois integrantes (?), que saíram antes, a reunião convocada por Paulo Ricardo Pedroso, candidato a presidente pelo chamado "Pacto", que atualmente comanda o Legislativo.

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